O documentário “Ruptura” dirigido por Marcos Saboya, estreia no dia 18 de maio, no Rio de Janeiro. O filme aborda as diferentes formas de corrupção que o mundo contemporâneo  apresenta. O diretor também é Produtor Associado. O filme tem equipe no Brasil e na Alemanha e é produzido por  Fraiha produções

Para saber mais sobre o documentário que é rico em proposta e depoimentos, conversamos com o diretor Marcos Saboya.  

Quem fez a entrevista pelo Cinema Para sempre foi Andréa Cursino.

 

Cinema Para Sempre: – O que o motivou a fazer esse documentário?

Marcos Saboya: – O filme nasceu do conceito de uma instalação criada em 2014, para montagem na Alemanha, pois no Brasil, falar em corrupção, mesmo com um viés artístico, ficava e fica perdido na profusão.

Só de me insinuar sobre a “corrupção contemporânea alemã”, tive bate-bocas inteligentes com acadêmicos, intelectuais e pessoas comuns, ao ponto de carregar uma lista com casos para provar que existiam e não eram poucas, principalmente em países fora da Alemanha. Daí a falta de noção e o estranhamento. A atuação era principalmente offshore em países menos desenvolvidos. Típico capitalismo selvagem…

Após alguns rounds de persuasão, acabei bem aceito e incentivado por alguns e desprezado por outros.

Ou seja, Ótimo resultado!

“A Ruptura” é um pequeno retrato do “desejo corrompido”.

 

Cinema Para Sempre: – Como foi a escolha da linguagem usada com narrativa dramática dissertada pela atriz Mariana Lima.

Marcos Saboya: – A Ruptura, foi filmado entre setembro e dezembro de 2019, aqui e na Alemanha, pouco antes do início da pandemia COVID19 e motivo deste lançamento tardio…, mas que traz a felicidade de não carregar o  “Pátria Amada” nos créditos.

A ideia, baseada em uma adaptação que fiz de “Fausto1” de Goethe, fala sobre DEUS e o DIABO apostando, jogando com a alma “do melhor ser humano do planeta”, até a destruição do mesmo e de tudo que ele ama.

Fausto: sábio, médico, alquimista e muito mais, em um primeiro momento, se corrompeu por amor…

Amor pela humanidade.

Para salvar sua vila, os bebês que ajudou a nascer, suas respectivas mães, habitantes que curou, amigos e desconhecidos também.

O motivo foi o Diabo, em razão de uma aposta com Deus, ter decidido provar que o melhor dos homens também era corruptível, usando a praga (peste negra) que lançou sobre a região, levando Fausto ao desespero em tentar salvar pessoas que morriam feito moscas na porta de seu consultório e por todo o vilarejo.

(Tipo estes últimos nossos 3 anos que vivemos, só que em outra escala e ritmo.)

Após ter vendido a alma, se “corrompendo” por amor, ele toma gosto e sai aprontando todas… sem amor, mesmo.

O prêmio pelo arrependimento, que nada muda o desastre criado pela jogatina divina, era só a “miserável redenção”… e o resultado:  milhares de mortos, além da total destruição moral de uma inocente: a seduzida e gravida, ex virgem e pura, Margarida, que afoga seu filho recém-nascido como reação ao Fausto “delinquente” ter assassinado o  cunhado, seu irmão…

Sem um momento de culpa, Fausto (já psicopata)  aproveitou para  viver luxuosamente, viajar, comer e beber e como a cereja do bolo do contrato demoníaco: obter o conhecimento total das ciências e mistérios do universo.

Este último, o Diabo não precisaria me perguntar duas vezes: Negócio fechado!

A ideia foi conjugar em um mesmo ser Deus e Diabo…

Ou seja, Mariana representa Fausto, mas com os textos do “Prólogo no Céu” fundidos.

É o monólogo de um diálogo.

O que importa, de fato, é Deus apostando a alma do “homem” com o Diabo, por vaidade e exercício de poder…

 

Cinema Para Sempre: – Tipo DEUS?

Marcos Saboya: – A linha de atuação vai da seca e direta, até mais expressionista. Todos somos os dois. É só uma questão de oportunidade e vocação.

 

Cinema Para Sempre: – Os depoimentos que compõem o documentário?

Marcos Saboya: – A palavra “corrupção”  vem do Latim  corrumpere, “destruir, estragar”, de “com” (intensificativo) mais rumpere, “quebrar, partir, …”. Daí o título do filme.

Uma outra versão, mais poética, atribuída ao sábio Santo Agostinho do “Senhor, conceda-me castidade e continência, mas não já.”, fala em Cuore Ruptus = coração partido, em uma interpretação mais leve.

O fato é que a Corrupção mata hoje, como nunca, principalmente com a participação de políticos e grande parte da sociedade que vendeu sua alma, por amor nenhum… E sim por ganancia, falta de caráter ou uma ingenuidade malévola.

Os corruptos sociopatas, apoiados por sócios psicopatas estão nas lideranças de Paises, Corporações, Mercado Financeiro, Igrejas, Techies, Farmas, Judiciário, Empresas… etc… e têm que ser combatidos até o nível de “quase” neutralização.

 

Cinema Para Sempre: – Entrevistados

Marcos Saboya: – Todos com atuações profissionais incrivelmente relevantes, em diversas escalas, para a melhoria e evolução da condição humana.

O Professor Peter Eigen, merece especial destaque como Fundador da Transparência Internacional. A instituição mais importante no combate a corrupção em todo o planeta, em todas as áreas e com os melhores resultados.

Outro destaque, aqui no Brasil, é o trabalho de Carlos Gadelha, secretário de CT&I e Complexo da Saúde do Ministério da Saúde, que procura criar condições para o Brasil avançar na independência de insumos médicos.

Acho que é o mais importante projeto, no presente e futuro.

O depoimento foi premonitório.

 

Cinema Para Sempre: – Qual o principal objetivo do documentário?

Marcos Saboya: – Reflexão?

 

Cinema Para Sempre: – O documentário “Ruptura” vai para quantas as salas de cinema no Brasil, e para quais países ele deve entrar em circuito?

Marcos Saboya: – Não faço a menor ideia 💡

Cinema Para Sempre: – Obrigada pela entrevista e sucesso com o filme!

 

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