Com uma super estreia no dia 26 de abril, “Vingadores: Guerra Infinita” é um dos filmes mais aguardados dos últimos anos. Reunindo mais de 20 super-heróis na tela, o longa é o ápice do Marvel Cinematic Universe (MCU), onde se passam todas as histórias que puderam ser acompanhadas desde 2008, com Homem de Ferro.

Desde o filme solo protagonizado por Tony Stark há dez anos, se passaram 19 obras cinematográficas produzidas pela Marvel. A grande maioria de sucesso e com altas cifras em renda, superando a marca de 1 bilhão de dólares em, por exemplo, “Vingadores” e “Capitão América: Guerra Civil”.

Durante este período da Marvel Studios no cinema, nomes como Homem de Ferro, Capitão América, Thor, Hulk, Homem Aranha, Viúva Negra, entre outros, ficaram marcados no imaginário popular, mesmo àqueles que não são “nerds” nem tão ligados à cultura pop.

Além do trabalho qualificado de produção da Marvel, quem também merece muitos méritos pelo sucesso no Brasil são os dubladores. Dando voz aos heróis, eles conseguem cativar o público e contribuir muito para o bom andamento do filme. Uma boa dublagem é essencial e um mau trabalho nessa área poderia comprometer a perspectiva de quem assiste. Felizmente, as versões dubladas são muito bem recebidas graças à excelente atuação daqueles que dão vozes tupiniquins aos personagens.

O Cinema Para Sempre conversou com três dubladores presentes no filme: Fernanda Barrone, que dá voz à Viúva Negra,  Mauro Horta, o Thor. e Wirley Contaifer, o Homem Aranha.

Por: Eduardo Muniz.

 

Fernanda Baronne 

 

CPS: Vingadores: Guerra Infinita é um dos filmes mais aguardados dos últimos anos. Como fica a expectativa à medida que se aproxima a data de estreia?

FB: Expectativa a mil! Não vejo a hora do filme estrear e estou doida pra ver!

 

CPS: Acompanhando seu Instagram, é possível notar que você gosta muito de viajar. O que acharia de passar as férias na Rússia, lugar de origem da Viúva Negra?

FB: Eu adoraria! Tenho muita vontade de conhecer a Rússia. É sem dúvida um destino que faz parte da minha lista

 

CPS: Muitas pessoas percebem inúmeras semelhanças entre a Viúva Negra e a Kim Possible, ambas interpretadas por você. Inclusive o trabalho de dublagem neste desenho rendeu o Prêmio Yamato 2006 a ti. São duas personagens que figuram no seu top de preferidas?

FB: Com certeza! A Kim Possible é um xodó e eu amava dublá-la. Acho o máximo quando comparam a Viúva com a Kim e o Gavião Arqueiro com o Ron e me marcam na publicação. Isso mostra que as pessoas têm muito carinho pelas duas personagens e por mim, o que me deixa muito feliz.

 

CPS: Recentemente, você participou de um crossover entre Supernatural e Scooby-Doo, no qual você faz a Velma. O quão divertido foi? Se pudesse unir o Universo de Vingadores com o de outro filme/série/desenho em que você trabalhou, qual seria?

FB: Foi muito divertido! Eu sou fã de Supernatural e do trabalho do Philippe Maia e do Reginaldo Primo na série, então foi bem especial. Se eu pudesse unir o universo de Vingadores com outro filme/desenho eu escolheria a Kim Possible (assim ela e a Viúva poderiam trabalhar juntas) ou a Caverna do Dragão (imagina os Vingadores tentando ajudá-los a sair daquele mundo e combatendo o Vingador?!

 

CPS: Por falar em união entre universos fictícios, Marvel e Fox se tornarão uma só no que se refere ao mundo dos super-heróis e assim Vingadores e X-Men poderão estar juntos. Uma de suas personagens mais queridas é a Vampira. Como ficaria essa situação?

FB: Não faço a menor idéia! Acho que seriam filmes totalmente diferentes dos anteriores do X-Men, então não vejo problema dela ter outra voz.

 

CPS: Uma grande parte dos seus trabalhos está associada a personagens do mundo nerd. Em seus momentos de lazer, você gosta de ler e conversar sobre filmes/séries da Cultura Pop ou você está mais para a Penny de The Big Bang Theory, personagem que você também faz, que prefere não se envolver tanto assim?

FB: Digamos que eu estou entre o Sheldon e a Penny. Não sou super nerd, mas também não sou totalmente desligada. Às vezes não tenho muita paciência ou tempo para acompanhar séries, mas quando paro para fazer isso, maratono!

 

CPS: Há uma enorme possibilidade do filme solo da “Viúva Negra” sair do papel e entrar em processo de produção. Ao longo dos anos em que você fez a personagem, era algo que você imaginaria que acontecesse? Qual sua visão sobre um filme com ela de protagonista?

FB: Sim, eu sempre imaginei e torci para que isso acontecesse. Tomara que seja em breve! Depois de “Mulher Maravilha”, a Marvel precisa também fazer o filme de uma de suas heroínas. Acho que um filme com ela de protagonista seria ótimo para todo o movimento de empoderamento feminino.

 

CPS: Por fim, mande uma mensagem aos seus fãs.

FB: Gostaria de agradecer a todos pelo carinho com o meu trabalho e pedir pra não perderem a estréia de Vingadores: Guerra Infinita. Assistam dublado, claro! 🙂 Ah, e se puderem, dêem um like na minha página do facebook Fernanda Baronne (para acompanhar meus trabalhos) e me sigam no instagram @ferbaronne (para conhecerem um pouco mais de mim e do que eu gosto de fazer quando não estou dublando.)

 

 

Mauro Horta

 

CPS: Vingadores: Guerra Infinita é um dos filmes mais aguardados dos últimos anos. Como fica a expectativa à medida que se aproxima a data de estreia?

MH: A expectativa é a melhor possível. Sou fã dos filmes de heróis: Thor, Homem-Aranha, Homem de Ferro, Capitão América…

 

CPS: Você tem um extenso currículo na dublagem e Thor é um dos seus trabalhos mais conhecidos, seja pela popularidade dos filmes da Marvel, pela quantidade de filmes em que o herói nórdico aparece ou pela sua qualidade fazendo a voz dele. Ao longo dos anos, houve alguma mudança no seu processo de dublagem para o personagem (em relação a entonação por exemplo), seja conscientemente ou inconscientemente?

MH: Com certeza há uma mudança. O primeiro filme do Thor é uma mistura de um fã com o profissional que está ali com uma imensa responsabilidade. Já no segundo filme há naturalmente um compromisso maior, porém uma tranquilidade, uma consciência maior sobre o resultado final.

Em relação ao “Thor Ragnarok”, a maturidade do trabalho é muito mais intensa. Há também um ponto fundamental: a relação de quem dirige o filme de dublagem e quem é o protagonista. Há que haver uma parceria, não só entre o diretor, o ator e o técnico que participam do processo mais intensamente como também a percepção do que é de fato retratado no filme.

 

CPS: No último filme solo, “Thor Ragnarok”, o personagem principal e a obra como um todo teve um viés mais cômico. Em que isso afetou em relação a mudanças no processo de atuação e dublagem?

MH: O fato de ter um viés mais cômico só me ajudou. Para um ator, trabalhar com o drama na sua complexidade é sensacional. Mas, quando a comédia entra para surpreender os próprios fãs acho totalmente válido e desafiador. Óbvio, que para os fãs mais exigentes pode haver uma dificuldade de entender ou assimilar essa possibilidade. Mas, para mim como fã e profissional é muito bom que haja este desafio sempre. Não só na interpretação como também na compreensão do que está sendo proposto.

 

CPS: Filmes do Universo Marvel lhe agradam? Gosta de acompanhar os dos outros heróis?

MH: Sim. Os filmes da Marvel fazem parte da minha vida. Gosto de todos

 

CPS: Guerra Infinita é a junção de todos os super-heróis do Universo Marvel do cinema. Se você pudesse trazer um personagem seu para o filme, qual seria? Acha que Kevin de Ghostbusters poderia ajudar de alguma forma? Ou talvez o Juiz Dredd?

MH: Sem dúvida alguma. O Kevin poderia entrar com aquela coisa atabalhoada que ele traz, porém sincera para suavizar o filme, enquanto o Juiz Dredd já entraria com a austeridade que os filmes de heróis exigem.

 

CPS: Como você avalia o trabalho de dublagem atualmente no Brasil? Principalmente entre os adolescentes/jovens adultos, havia uma certa rejeição a filmes dublados, mas recentemente são bem mais aceitos e os dubladores conseguem uma enorme quantidade de fãs. Por que isso vem mudando?

MH: Esse é um assunto fundamental para ser abordado. A DUBLAGEM BRASILEIRA, em letra maiúscula mesmo, é uma das melhores do mundo. Infelizmente, ainda há uma certa rejeição por parte de algumas pessoas. O que também é natural, porque o expectador tem o direito de assistir a um filme dublado ou não. O que me incomoda é ver que determinadas pessoas têm uma resistência em relação a dublagem. Pergunto, invertendo o processo, vivemos num país onde todos são alfabetizados? Além disso, os filmes dublados têm um papel de entretenimento fundamental na sociedade. Não só pra àqueles que não detêm o conhecimento do português como também àqueles que, por ventura, apresentam alguma deficiência: seja visual, cerebral (caso de alguns autistas, paralisia cerebral). Enfim, é uma ignorância que algumas pessoas ainda vejam a dublagem com certo despeito. Ou preconceito.

 

CPS: Por fim, mande uma mensagem a seus fãs.

MH: Para os fãs que tanto admiro, porque são eles que nos incentivam a continuar e lutar pela nossa profissão e por nossos sonhos eu espero essa parceria, essa troca, esse carinho que é um viés de mão dupla, tripla, quíntupla…
Enfim, que nos façam entender que um fã é sempre um ídolo, um amigo, uma pessoa que nos quer bem e que nós queremos tão bem também. Sou seu fã e vc é meu amigo.

 

 

 

Wirley Contaifer

 

CPS: Vingadores: Guerra Infinita é um dos filmes mais aguardados dos últimos anos. Como fica a expectativa à medida que se aproxima a data de estreia do filme?

WC: O hype se expande de modo infinito também, essa é a verdade; eu acho que, imaginariamente, eu já escalei tudo o que eu poderia escalar, tomado pela espera. Tem sido assim desde as primeiras ideias e linhas formadas sobre esse que é justamente um dos maiores eventos cinematográficos da história, sem exagero! Instantes antes de “vestir” o uniforme do Homem-Aranha e a voz do Peter, carreguei comigo a bênção e os cuidados de Sérgio Cantú (diretor de dublagem de “Vingadores: Guerra infinita” e a voz do Homem-Aranha, de Andrew Garfield) pra dentro do estúdio e sua sensibilidade e cuidado foram as teias mais firmes e fortes nessa construção; agora espero segurar a bênção dos que acreditam em mim, enquanto a voz do pirralho do Queens! Isso torna as batidas do coração mais brandas na passagem dessa “guerra infinita”

 

CPS: No seu Facebook e no Instagram notamos você dando destaque ao Homem Aranha com fotos/publicações. O quanto disso é oriundo do lado profissional – visto que você promove o personagem que faz a voz – e o quanto isso é natural do seu carinho pelo herói antes mesmo de dublá-lo?

WC: Essa é uma tomada crescente em minha vida e não há o que negar sobre. Assisti todos os volumes de “Homem-Aranha” no cinema, com exceção do último filme com Andrew Garfield, que apenas não consegui assistir. Obviamente, não posso comparar os acréscimos de ser fã hoje, com o que eu tinha formado pelo personagem, quando mais jovem, embora eu entenda que ele sempre foi parte de mim, de múltiplas formas. Ainda assim, não tem como ocultar o fato de que o combo que carrego é formado pelo meu passado e presente, de formas consideráveis. Hoje me tornei um colecionador e estudioso aplicado sobre o personagem e sobre tudo que o envolve e o cerca. Não tinha como ser diferente! 🙂

 

CPS: Tal qual o Homem Aranha em Vingadores, você é relativamente novo no mercado se comparado com outros atores, já que seu início foi em 2005. Ainda assim, já conseguiu duas indicações ao Prêmio Yamato, um ótimo feito. Como você avalia a geração dos jovens dubladores? Vê um crescimento no mercado, seja em quantidade quanto em qualidade?

WC: Estou às margens do meu 13º ano como dublador e me identifico justamente como me apontou em sua questão: “relativamente novo” – isso me coloca longe de qualquer comodismo e me aplica a avançar como profissional e principalmente como aprendiz, tendo a propriedade de quem está começando todos os dias, na essência. E sim, fui contemplado com essas indicações mencionadas, mas sinceramente nada me premia mais do que o reconhecimento de quem me encontra como voz dos meus personagens e me acrescenta sobre o que achou e sentiu a partir disso. (…) O mercado nacional se encontra em incontestável expansão e tenho visto muitos dos que assumem seus primeiros anos na função, debruçados sobre suas oportunidades, aprendendo. Como em qualquer outra área, também contemplo o oposto disso, mas observo e verifico que não é a negligência e a banalização que sobrevive entre nós.

 

CPS: Além de Peter Parker, você também dubla – dentre outros tantos – o Michelangelo de As Tartarugas Ninja, um personagem com um forte viés cômico assim como o herói da Marvel. É um tipo de dublagem que você se sente mais à vontade fazendo?

WC: Me sinto muito à vontade, sim. Me localizo bem nesse perfil, porque correspondo na realidade a este traçado, embora não me acomode nisso. O desafio me move, me puxa para o alto e o oposto desse gênero (correspondente ao Peter e ao Michelangelo), que estamos falando, me impulsiona e me coloca em desafio prático, o que me fascina. Eu gosto mesmo do que me embute conhecimento e do que me acrescenta à bagagem que carrego comigo, independentemente se me faça rir ou chorar em sua (re)criação.

 

CPS:  Por falar nisso, qual é seu personagem preferido?

WC: Aproveitando da liberdade aparente de sua pergunta e de minha interpretação livre sobre ela, eu respondo “Chapolin Colorado”, e aponto isso com sinceridade. (risos) Chapolin foi meu primeiro herói e pairou legitimamente sobre a minha infância, tal como se estende em minha vida até hoje (fora que foi um dos personagens que me acordaram para a consciência do que era a dublagem). Do que sou voz, eu me aproprio de responder: “Homem-Aranha” junto ao Michelangelo, a Tartaruga Ninja, nessa que é minha dobradinha máxima. Ser a representação desses dois heróis, parte do meu “sempre”, é indescritível e incomparável pra mim!

 

CPS: Por fim, mande uma mensagem aos seus fãs

WC: Mais do que fãs, eu carrego comigo AMIGOS acreditadores, assim como eu mesmo me defino, e que atravessam o tempo tendo a mim como companhia em minha própria forma ou na forma inventada e reinventada a partir do que sou voz. Obrigado a todos os que apontam em minha direção e sequencialmente me sugerem a ir para o alto e em frente, em todo crescimento e esforço que podem me reservar! Vivam para acreditar no melhor; acreditem para viver além! Obrigado por passarem os olhos por essas palavras; que elas formem ímã e ergam um pouco mais os sonhos que vocês carregam dentro de vocês – cada sonho é projetado para se tornar realidade um dia, assim como o meu foi e continua sendo, diariamente! Em meu trabalho e em minha história há o emprego do meu suor ininterrupto e da minha crença na realidade e nessas minhas letras não estão apenas a minha tinta virtual, mas a tinta do que carrego por dentro! Avante sempre e sejam sempre super!

 

Guerra Infinita é dirigido pelos irmãos Anthony e Joe Russo e tem roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely. O elenco é composto por rostos famosos como  Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Chris Evans, Scarlett Johansson, Benedict Cumberbatch, Don Cheadle, Tom Holland, Josh Brolin e Chris Pratt.

A pré-venda do longa quebrou todos os records em apenas seis horas, batendo todos os longas anteriores de filmes de super-herói. A expectativa da Marvel é que “Vingadores: Guerra Infinita” seja o campeão de público e renda e se consolide como um dos filmes de maior sucesso comercial da história.

 

 

Eduardo Muniz

Formado em Jornalismo e em Crítica de Cinema na Facha (RJ). Viciado em audiovisuais da Cultura Pop como filmes, séries e animes, tem em Toy Story 3 seu filme preferido e é a única pessoa do mundo a se divertir assistindo Batman & Robin do Joel Schumacher. No cinema, gosta de sentar ao lado do corredor, prefere comer hambúrguer do que pipoca na sessão e evita horários que tenham muitas crianças.

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