Direção e roteiro: Stephen Chobsky/ Ano de Lançamento: 2012
Responda rápido: o que Hermione, Percy Jackson e Flash, interpretados, respectivamente por Emma Watson, Logan Lerman e Ezra Miller, nas franquias Harry Potter, Percy Jackson e Liga da Jistiça, têm em comum?
- todos são personagens adolescentes com dons sobrenaturais, que fazem parte de franquias de sucesso.
- todos foram interpretados por atores queridos do público teen
- os atores que os interpretaram são também os protagonistas de A vantagem de ser invisível
- Todas as alternativas acima.
Muito bem, você acertou se marcou a alternativa 4. O curioso aqui, entretanto, é que enquanto muitas obras voltadas ao público adolescente fazem uso da fantasia e do surrealismo – incluindo as que tornaram os atores populares – As vantagens de ser invisível é diferente pelo simples fato de que a trama é parecida com a nossa vida. Charlie (Logan), o protagonista, poderia realmente existir e ser nosso amigo, vizinho ou conhecido. Suas dúvidas, seus dilemas e mesmo seus medos são carregados de humanidade.
Ao longo do livro e também do filme, o menino de 15 anos escreve cartas para um destinatário desconhecido, narrando seu ponto de vista sobre os fatos: o suicídio do melhor amigo, a relação com os pais e os irmãos, a dificuldade em estabelecer relações com as pessoas, o período em que esteve internado, o gosto pela leitura e, sobretudo, o inicio da amizade com os Sam (Emma) e Patrick (Ezra), que o fazem, pela primeira vez, se sentir incluído em um grupo. O casal de meio-irmãos acolhe e abraça o novo amigo, mesmo esse sendo completamente diferentes deles. Enquanto Charlie é tímido, Patric é debochado e irônico e Sam alegre e festeira. Em comum, o fato de cada um à sua maneira, ter problemas de auto-estima e inseguranças típicas da adolescência e de se amarem.
A história é repleta de sensibilidade e muito bem construída. Temas como o primeiro amor, descobertas sexuais, drogas, saúde mental e mesmo a dramática descoberta final – que não vou citar para evitar spoiler – são abordados com delicadeza e de forma natural, no livro e no filme, que mostra, sobretudo, o valor da amizade.
Uma curiosidade: o autor do livro, Stephen Chbosky, que também roteirizou e dirigiu, é também o diretor da adaptação de Extraordinário para o cinema. O cara parece gostar mesmo de histórias doces.