Flor de Cacto (Cactus Flower) / EUA,1969. 103 min. / Direção: Gene Saks / Com: Walter Matthau, Ingrid Bergman, Goldie Hawn, Jack Weston.

 

Uma das maiores revoluções sociais dos anos 60 veio através do movimento hippie. As transformações sexuais que o flower Power faria na sociedade espalhou pelo mundo e Hollywood não poderia ficar de fora. “Flor de Cacto” (Cactus Flower no original) reflete muito bem essa necessidade de se libertar da caretice pós guerra assumindo o desejo e a sexualidade . Dirigido pelo ator/produtor e diretor Gene Saks o filme é estrelado por Walter Matthaw e Ingrid Bergman , casal de zero química, e marca o pontapé inicial da carreira de Goldie Hawn (com apenas 21 anos) que chegou a ganhar seu único Oscar de atriz coadjuvante. O filme é baseado na peça de Abe Burrows que por sua vez já era uma adaptação livre de uma peça francesa e valoriza os quiprocos de um dentista solteirão cinquentão e sua namoradinha quase ninfeta que a mantém a distância com a desculpa de ser casado. Após uma tentativa frustrada de suicídio, ele a pede em casamento mas para isso é obrigado a apresentar a falsa esposa. Ingrid Bergman é a secretaria sueca do dentista que é assediada a fazer parte de uma farsa e que acaba desabrochando do mesmo jeito de uma flor de cacto. O texto é incrivelmente careta e machista, mas trata de um assunto espinhoso. A necessidade quase dependente de sexo e de que a felicidade só é completa se houver um parceiro e faz lembrar as comédias assépticas de Nancy Ephron sem negros, com mulheres burrinhas e repleto de estereótipos onde latinos só pensam em sexo e sedução. É o tipo de produção que só é curtida na base da contextualização e pela presença magnética de Bergman (com 54 anos e ainda esbanjando charme).

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