Talariquei: ‘O Rei da TV’ e o poder de Silvio Santos

A série “O Rei da TV” apresenta pontos positivos e negativos em sua abordagem sobre Silvio Santos, o lendário apresentador brasileiro. A princípio, entre os pontos positivos, é necessário elogiar o elenco da série, como o ator que interpreta Silvio Santos na fase mais jovem. Sua sagacidade e esperteza são transmitidas de forma convincente por Mariano Mattos, cativando o público e nos fazendo acreditar nas artimanhas e truques que utiliza para vender seus produtos e ideias. O carisma do ator contribui para a construção do personagem.

Além disso, é importante ressaltar que o ator que interpreta Silvio Santos na fase mais madura tem a oportunidade de brilhar sem cair nas paródias tradicionais. José Rubens Chachá brilha e consegue capturar a essência de um dos maiores apresentadores da televisão brasileira, criando um retrato único e especial.

A série também destaca o fato de Silvio Santos ter construído sua trajetória, partindo de um simples camelô até se tornar o proprietário de uma emissora de televisão, o SBT, além de diversas outras empresas que compõem o grupo Silvio Santos. Essa ascensão inspiradora, com as muitas ambiguidades de Sílvio, é um ponto forte da série. As formas que ele vai sobrevivendo e crescendo, ludibriando várias pessoas no caminho e conquistando outras através do dinheiro e do carisma prende o espectador que trafega entre o amor e a raiva pelo personagem.

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No entanto, a série “O Rei da TV” também possui suas falhas. Um aspecto a ser considerado é a falta de aprofundamento em certos aspectos da vida e carreira de Silvio Santos. Faz falta ver mais de suas contribuições e inovações no campo do entretenimento televisivo, assim como outros desafios e dificuldades enfrentados ao longo do tempo.

Outro ponto negativo é a ausência de uma crítica mais aprofundada sobre certos aspectos controversos de Silvio Santos. Sua abordagem em relação a questões de gênero, por exemplo, gerou muitas controvérsias ao longo dos anos, mas a série aprofunda nesses temas complexos, deixando de lado uma oportunidade de explorar uma visão mais abrangente sobre o personagem. Ainda por cima, a narrativa da série apresenta momentos de ritmo lento e até alguma falta de coesão, o que dificulta o engajamento do público frequentemente.

A obra não agradou a Sílvio e sua família. O apresentador disse que achou “mal feita”. Realmente não é perfeita, mas entretém, e o final da segunda temporada é eletrizante e bem conduzido, mostrando mais do poder de comunicação de Senor Abravanel.

Nostalgia cativante

No geral, a série “O Rei da TV” cativa, traz momentos marcantes da televisão brasileira e diversos fatos reais que ocorreram na jornada de Sílvio, misturando com outros inventados e usando com inteligência a licença poética para mostrar delírios e sonhos do apresentador.

Por fim, o elenco talentoso conta com Leona Cavalli, Larissa Nunes, André Abujamra, Ary França, Barbara Maia, Caca Carvalho e Cassia Damasceno. Só fera. A série tem duas temporadas e está no streaming Star +. Sou um dos que torcem por uma terceira temporada cujo tema seria o reality “Casa dos Artistas” que acompanhei na época, e me divertiu muito.

Sílvio Santos faz parte da minha história e da minha família. Via ao lado de meu pai as câmeras escondidas com Ivo Holanda, o “Topa Tudo por Dinheiro” e a “Banheira do Gugu”. Meu pai comprava a Tele-Sena. Ver essa série me encheu de uma nostalgia gostosa.