Perdidos na Noite (Midnight Cowboy) / Eua, 1969. 113 min. / Direção: John Schlesinger/ Com: John Voight, Dustin Hoffman, Sylvia Miles, Brenda Vaccaro.

O final dos anos 60 foi uma época marcada por grandes revoluções no mundo inteiro. Os Estados Unidos passavam por uma guerra insensata, levava o primeiro homem à Lua e viveu um festival de música que iria desestruturar os alicerces da comportada sociedade protestante. Hollywood que também sofria com estas mudanças e ainda tinha que batalhar pelo espaço conquistado pela televisão, percebeu a necessidade de uma drástica reviravolta abrindo mão de seus musicais melosos, comédias românticas a la Doris Day e Jerry Lewis e épicos bíblicos.

Perdidos na Noite” (Midnight Cowboy no original) junto com “Sem Destino” (Easy Rider) foram os precursores deste movimento que abriria as portas para a ascensão da nova geração de Hollywood e apresentaria nomes como  Steven Spileberg, Brian de Palma, Francis F. Coppola, Robert Altman, Martin Scorsese dentre outros.

Dirigido por John Schlesinger, o filme retrata a vida de Joe Buck (John Voight) um rapaz do interior que vem para Nova York ganhar a vida como garoto de programa. Com uma singela pitada do Neorealismo Italiano, “Perdidos na Noite” teve como resultado obras que refletiam os novos tempos, acabando com o otimismo e os finais felizes. Esta fábula maldita sobre a desesperança urbana recebeu 7 indicações ao Oscar e ganhou em 3 categorias (melhor filme, direção e roteiro adaptado) e foi um estrondoso sucesso de crítica e público.

Jon Voight, um quase desconhecido, não foi a escolha inicial para o papel de Joe Buck (Warren Beatty foi cogitado, mas os produtores queriam um rosto menos famoso) e concorreu ao Oscar de melhor ator junto com Dustin Hoffman, pelo impressionante desempenho do errante tuberculoso Ratso, (ambos perderam para John Wayne em Bravura Indômita).

“Perdidos na Noite” possui como virtude, a coragem de apresentar personagens deprimentes que vivenciaram o outro lado do Sonho Americano e até hoje a emblemática canção “Everybody’s Talkin’” nos remete ao clima de abandono e desespero de uma América desfigurada e cheia de problemas.

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