Foto: Freepik/Divulgação

Em homenagem ao médico e jornalista João Batista Líbero Badaró, morto por motivações políticas em 22 de novembro de 1830, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) instituiu o dia 07 de abril o Dia do Jornalista, uma função que se mostrou muito importante, principalmente, no período pandêmico, onde informações científicas precisavam ser esclarecidas, como foi visto.

O papel do comunicador, no entanto, não ganhou somente as telas de televisão nos horários de noticiário. Ao longo de todo esse tempo, a função do jornalista ganhou espaço, principalmente, nas telas de cinema. Seja com obras que retratem-no, sejam outras que se baseiam em trabalhos de livros e reportagens.

É por isso que o Cinema Para Sempre traz ao leitor uma listinha com 6 obras incríveis, entre nacionais e internacionais, comédias, dramas, ficções e baseados em histórias reais, para repensar o papel deste agente da área da Comunicação na nossa sociedade atual.

1- Cidadão Kane (1941)

Filme foi inspirado na vida de William Randolph Hearst, dono do maior conglomerado de imprensa que já existiu. Foto: GETTY IMAGES/Divulgação

Com direção, roteiro e, inclusive, protagonismo de Orson Welles, a trama do longa-metragem é baseada na vida do empresário William Randolph Hearst, um magnata da comunicação no começo do século XX, que detinha o que foi considerado um dos maiores conglomerados de jornalismo no mundo, segundo especialistas, além de ter criado o que ficou conhecido como ‘imprensa marrom’ – notícias sensacionalistas de informação duvidosa.

Nas películas filmográficas, a personalidade ganha a vida sob o nome de Charles Foster Kane, interpretado pelo próprio Welles. Com a co-participação de Herman J. Mankiewicz nos roteiros, a história conta a vida do empresário. Desde o seu passado pobre no interior à guinada na Grande Imprensa americana.

O longa teve direção e atuação de Orson Welles no papel principal. Foto: Reprodução

O filme, que tem 1h59min de duração, recebeu no mesmo ano de lançamento o Prêmio NYFCC pela categoria de Melhor Filme. E conseguiu ainda um Oscar de Melhor Roteiro Original, no ano seguinte, em 1942, além de ser indicado para outras 8 categorias na mesma cerimônia.

2- A Sangue Frio (1968)

Inspirado no livro-reportagem de mesmo nome, A Sangue Frio (1965) – do original, In a Cold Blood -, do jornalista Truman Capote), o longa-metragem tem direção de Richards Brooks e conta a mesma história que ganharam as páginas do precursor do gênero literário do jornalismo, nos Estados Unidos. Um crime envolvendo o homicídio de quatro familiares de uma grande fazenda na cidade de Holcomb, no estado do Kansas, gera comoção na mídia local e nacional.

O filme, de 1966, foi inspirado no livro-reportagem de mesmo nome, A Sangue Frio (1965), do jornalista Truman Capote. Foto: Reprodução/Divulgação

O filme não faz mistério e, de prontidão, já traz a identidade dos dois assassinos: Perry Smith (Robert Blake) e Richard “Dick” Hickock (Scott Wilson). O enredo, porém, remonta toda a trajetória que envolve os dois rapazes, desde os antecedentes ao assassinato até a fuga após o crime, com cenários que transitam entre México, Las Vegas e, portanto, estradas.

O filme considerado um Drama tem 2h14min de um dos assassinatos que mais ficaram conhecidos no solo estadunidense, nos Anos 60, foi indicado em 4 categorias do Oscar de Melhor Diretor, Roteiro Adaptado, Fotografia e Trilha Sonora.

3- Medo e Delírio (1998

‘Medo e Delírio’ é uma comédia que referencia o romance Fear and Loathing in Las Vegas (1971), de Hunter S. Thompson. Foto: Reprodução/Divulgação

Com direção e roteiro de Terry Gilliam e co-autoria de Tony Grisoni, Medo e Delírio é uma comédia que referencia o romance Fear and Loathing in Las Vegas (1971), de Hunter S. Thompson, jornalista norte-americano conhecido por ter criado o jornalismo Gonzo – uma narrativa jornalística que permeia o gênero literário, com insumos que variam entre a ficção, o sarcasmo e imersão do jornalista no fato.

Hunter S. Thompson, jornalista norte-americano conhecido por ter criado o jornalismo Gonzo. Foto: Reprodução/Divulgação

Com o estrelato de Johnny Depp na personagem do jornalista, Dr. Thompson, a história conta sobre as aventuranças do comunicador enviado a Las Vegas para cobrir uma corrida de carros, a Mint 400, mas que acaba se perdendo com seu amigo e advogado (Benicio Del Toro) nas viagens alucinógenas regadas a psicotrópicos e álcool na Cidade do Pecado. Com 1h58min de duração, o longa retrata com humor a experiência de um dos ícones da história do jornalismo da Geração Beat.

4- Cidade de Deus (2002)

‘Cidade de Deus’ foi o único filme brasileiro a receber quatro indicações ao Oscar, o que tornou a obra uma referência no Cinema Brasileiro. Foto: Reprodução/Divulgação

Dirigido por Fernando Meirelles e co-dirigido por Kátia Lund, o longa-metragem ganha espaço nesta lista pelo retrato jornalístico que há na história. O narrador-personagem, Buscapé (Alexandre Rodrigues), é um garoto que cresceu no famoso bairro do Rio de Janeiro. Mais tarde, ao trabalhar num jornal, se torna repórter fotográfico e informante de uma redação jornalística quanto aos crimes e facções que têm acometido o local.

Adaptação do livro de mesmo nome, do escritor Paulo Lins, Buscapé se torna repórter fotográfico e informante de uma redação jornalística. Foto: Reprodução/Divulgação

O enredo que ganhou adaptação da obra de mesmo nome, do escritor Paulo Lins, foi roteirizado por Bráulio Mantovani. E foi o único filme brasileiro a receber quatro indicações ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Diretor, Melhor Edição e Melhor Fotografia, o que tornou a obra uma referência no Cinema Brasileiro.

5- Farenheit 9/11 – 11 de setembro (2004)

Com roteiro e direção de Michael Moore, ‘Farenheit 9/11’ faz análise da tragédia em torno do atentado do 11 de Setembro. Foto: Reprodução/Divulgação

Uma obra inteiramente de Michael Moore (roteiro e direção), o documentário traz à tona uma análise do ponto de vista do diretor sobre a gestão da família Bush, a relações do então presidente do Estados Unidos, George W. Bush, e o terrorista Osama Bin Laden, e a administração de Bush sobre a crise gerada com o atentado do 11 de setembro de 2001, quando terroristas bombardearam as Torres Gêmeas – os dois dos maiores arranha-céus que faziam parte do complexo de edifícios empresariais conhecido como World Trade Center.

O documentário traz à tona a gestão da família Bush e as relações entre o presidente George W. Bush e o terrorista Osama Bin Laden. Foto: Prime Video/Amazon/Reprodução/Divulgação

O filme é do tipo de documentário expositivo, com 2h2min de imagens e narração do próprio autor. No mesmo ano de lançamento, Michael Moore ainda alcançou uma Palma de Ouro, no Festival de Cannes, na França.

6- Tim Lopes: Histórias de Arcanjo (2013)

Com direção de Guilherme Azevedo e roteiro de Bruno Quintella, ‘Tim Lopes – Histórias de Arcanjo’ é um documentário que remonta toda a trajetória e vida do jornalista carioca. Foto: Divulgação

A redação do Cinema Para Sempre fecha a lista com senão um documentário sobre alguém que é considerado um dos maiores nomes do jornalismo brasileiro. Com direção de Guilherme Azevedo e roteiro de Bruno Quintella, Tim Lopes – Histórias de Arcanjo é um documentário que remonta toda a trajetória e vida do jornalista do Rio de Janeiro, conhecido pela sua forma muito original de produzir as reportagens.

A redação do Cinema Para Sempre fecha a lista com um documentário sobre alguém que é considerado um dos maiores nomes do jornalismo brasileiro: Tim Lopes. Foto: Reprodução/Divulgação

Assassinado por traficantes, no Rio de Janeiro, em 2002, quando estava à espreita de conseguir informações sobre abuso de menores em uma das favelas do Rio, o fato chocou o Brasil, dado que o profissional fazia parte da TV Globo de Comunicação. Mas, para além da tragédia, o documentário sobre a vida de Tim também ganha cores a partir de testemunhos de amigos e familiares, sobretudo, do filho, com um rico arquivo de imagens e vídeos sobre o jornalista.

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