Frida Kahlo foi uma das primeira mulheres pintoras surrealistas, o longa de Julie Taymor conta vida dessa figura tão admirada por todos, com um trabalho incrível e obras que permanecem em evidência até hoje.

Frida (Salma Hayek) acima de qualquer coisa era uma mulher forte, tinha fibra e muita garra. Teve a vida marcada por desgraças e apesar de qualquer coisa nunca se deixou abater, sempre deu um jeito de superar os obstáculos que lhe eram impostos e seguir a diante. Na infância teve poliomielite, que lhe deixou com uma das pernas mais curta, quando adolescente sofreu um grave acidente de bonde quando voltava da escola, fraturou a bacia, ficou acamada por meses e teve que se submeter a uma série de cirurgias ortopédicas, em sua maioria mal sucedidas. Mas ela continuou, Frida era força, era feita de determinação e vontade, o filme mostra exatamente isso.

A talentosíssima pintora era sem dúvida uma mulher a frente do seu tempo, bissexual, bebia, fumava, era de esquerda, falava o que pensava e não deixava que ninguém mandasse nela. Sempre fez o que quis e quando teve a confiança suficiente viu que seus quadros eram muito mais significativos do que pensava a princípio. A identificação com a personagem é imediata, parece que conhecemos aquela pintora e conforme o filme vai revelando sua vida, parece a de uma amiga que estamos conhecendo.

Ao mesmo tempo que ela era a mulher ousada, era também uma esposa que gostava de cozinhar, e fazer coisas do cotidiano. Foi casada com o também pintor Diego Rivera, que assim como ela tem um trabalho bem relevante, principalmente no México. Diego era um mulherengo irremediável e ela sabia disso desde o início do relacionamento que tiveram, um casamento aberto, que com seus altos e baixos, em meio a brigas e reconciliações, havia amor. No longa o engajamento político social dela fica em segundo plano à sua relação com Rivera.

A evolução artística de Frida é evidenciada claramente no longa em meio aos relatos de sua vida pessoal, suas obras com riqueza de cores e sua vida sempre cheia de emoções, boas e ruins. Conta também seu caso com o político Leon Trostky (Geoffrey Rush).

O filme mostra em muitas cenas como Frida pensava, como enxergava o mundo e as pessoas ao seu redor, nos sentimos dentro de sua mente, nos elucida a entender o que ela sentia quando pintava suas obras, nos mostrando com seus olhos como era tudo que via. Faz a interpretação de seus quadros mais fácil e bela. Uma cumplicidade com suas emoções mais profundas.

É impossível escrever sobre esse longa sem mencionar como a fotografia dele é linda e sensível, além de uma trilha sonora maravilhosa com canções tradicionais mexicanas. Todas as cores de Frida Kahlo presentes para nos encantar. Sabe aqueles filmes que assistimos e continuamos lembrando das cenas de tão emocionantes, bonitas e bem construídas, ele sem dúvida é um deles.

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