BR 716 E SEUS TEMPOS ÁUREOS

Na noite de terça, dia 11, o filme de memórias”BR 716″ foi lançado no Odeon, parte da Mostra Hors-Concours, da Première Brasil, praticamente uma autobiografia de Domingos de Oliveira, o nosso “Woody Allen” brasileiro que mostra tão bem, através de seus personagens, o perfil psicológico de cada um deles e faz com que nos afeiçoamos a eles, por nos fazer entender melhor as mazelas de cada ser humano. O vencedor do festival de gramado “BR 716” ou seria “Barata Ribeiro 716” onde a ficção e a realidade se misturam com maestria, no apartamento onde viveu seus áureos tempos de juventude.

 

A trama gira em torno de Felipe, interpretado brilhantemente por Caio Blat, que incorpora Domingos de verdade, em uma entrega profunda ao personagem como se houvesse uma fusão do criador com a criatura. O tema central desta história é a amizade e os anseios juvenis. O longa começa colorido e logo muda para PB para retratar de forma singela, os anos rebeldes.

 

Felipe é um jovem que não se apega a paradigmas e vive em seu próprio mundo. Recém separado da esposa (Maria Ribeiro), ele não aceita a separação e muito menos dar um rumo em sua vida, conforme seu pai (Daniel Dantes) sugere em arrumar um emprego, pois nada pode atrapalhar sua vocação de futuro escritor e prefere viver cercado de amigos boêmios sonhadores como o próprio.

 

A trama gira toda em torno de Felipe, um “bon vivant’ que é capaz de grandes feitos, pois mesmo depois de ser traído pelo seu melhor amigo, João (Álamo Facó) que rouba, sua mulher, o perdoa, como gesto de amor e tem compaixão por sua amiga transloucada Bel (Glauce Guima) pois no fundo sabe, que ela só comete todas aquelas atrocidades em busca de atenção. O herói da história, é um verdadeiro conhecer da alma humana.

 

O trabalho de pesquisa foi muito minucioso, pois todos os elementos dramatúrgicos retratados em quadro representam perfeitamente a década de 60. O figurino de Flavio Graff é um show a parte, principalmente com a apresentação da inesquecível Gilda vivida por Sophie Charlotte em um vestido esvoaçante e ao fundo músicas que embalaram época. Este é o clímax, retratado pelo encontro do protagonista com sua mais nova fonte de inspiração, pois no fundo, a única coisa que quer, é viver da arte de escrever.

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