O filme Elis, cinebiografia da cantora Elis Regina estrelado por Andreia Horta e dirigido por Hugo Prata é um dos filmes presentes no Festival do Rio de 2016 e que levou os prêmios Kikitos do Festival de Gramado desse ano que incluíram de melhor atriz e melhor filme para júri popular.

O filme narra a vida da “pimentinha” que com seu jeito espivitado, genioso e rebelde, conseguiu traçar uma carreira de sucesso desde a adolescência quando chegou em São Paulo vinda do Rio Grande do Sul com o pai para fazer seus primeiros testes e com pouquíssimo dinheiro.

Foi durante sua temporada no Rio de Janeiro quando conheceu Miele (interpretado por Lúcio Mauro Filho) que conheceu seu primeiro marido, o produtor musical Ronaldo Bôscoli (Gustavo Machado) com quem vivia às turras desde o começo do seu relacionamento que incluíam algumas divergências musicais , as traições dele, a carreira dela e claro a criação do filho do casal.

O filme também mostra a parceria entre ela e Jair Rodrigues (Ícaro Silva) que apresentavam um show de tv juntos e que antecedeu a Jovem Guarda assim como mostra o relacionamento profissional dela com Lennie Dale (Julio Andrade) e Nelson Motta (Rodrigo Pandolfo). A cantora foi a precursora da MPB e certamente uma das mais rebeldes quando começou a falar o que lhe dava na telha sem se preocupar com a opinião das gravadoras ou das campanhas de marketing. Isso tudo depois de ter sido obrigada a se apresentar para os militares e de ter uma charge “enterrando” ela criada pelo cartunista Henfil (Bruce Gomlevsky).

O filme é uma obra prima e é um dos melhores filmes nacionais feitos nos últimos anos, um verdadeiro frescor para a mesmice dos últimos tempos. Andreia Horta brilha como Elis Regina e conseguiu capturar com perfeição toda a essência e trejeitos da cantora.

O longa tem uma bela fotografia de Adrian Teijido, assim como a trilha sonora que incluem os grandes sucessos da cantora como “Fascinação”, “O bebâdo e a Equilibrista”,  “Upa Neguinho”, “Maria Maria” entre outras. A maquiagem e o figurino também estão ótimos representando bem as décadas de 70 e 80, época em que a cantora fez mais sucesso. especialmente por conta de festivais de música em que participava e era ovacionada pelo público presente.

Alias, o tema da ditadura presente no filme nunca foi tão atual devido a corrente situação em que nosso país se encontra já que por medo dos militares ela acabou sendo forçada a colaborar com eles cantando em quartéis e com isso ganhou vários inimigos.

Além da direção de Hugo Prata que também foi o responsável pelo roteiro junto com Vera Egito(Amores Urbanos) e Luiz Bolognesi (Juventude Conectada) .

Elis está com algumas sessões do Festival do Rio e tem sua estréia oficial para novembro e será distribuído pela Paris Filmes.

Texto Originalmente publicado no Tabula Rasa

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