Sabe aquele filme que ganha seu coração? Esse é um deles.  O filme Britânico que tem coprodução entre Reino Unido,  Estados Unidos,  França e Hungria conta a história de uma faxineira encantadora, Ada Harris. Ela trabalha limpando casas e suas patroas não são merecedoras de sua companhia. 

O sonho da gentil Ada é ter um vestido da grife francesa Dior. Ao saber que ficou viúva logo depois da Segunda Guerra Mundial, ela foca em seu sonho e dá uma aula de determinação.  Ada consegue ir para França para comprar o tão sonhado vestido, mas ela se depara com a gerente da Dior, Madame Colbert (Isabelle Rupert) que vai ser o obstáculo entre Ada e seu sonho. Aos poucos, Ada vai conquistando cada um que passa em seu caminho,  até o público sentado na sala de cinema.  Não tem como não se encantar com a doçura, a gentileza e a determinação dessa personagem tão bem interpretada por Leslie Manville.

O elenco do filme conta com Leslie Manville,  Isabelle Rupert,  Jason Isaacs,  Ellen Thomas, Lucas Bravo, Lambert Wilson,  Alba Baptista, Ann Chancellor e Rose Williams. O entrosamento da atriz Leslie Manville e sua personagem é o segredo para dar tanta leveza e veracidade a Ada Harris. Ela consegue mostrar que mesmo em um dos vestidos mais elegantes do mundo, a essência da Sra. Harris está preservada. Ela não deixa afetar pelo glamour, mas o glamour foi afetado pela essência dessa mulher simples que influencia as pessoas de forma positiva sem fazer força. Ela sempre vê o que as pessoas tem de melhor e mostra a elas como ir à luta e conquistar seus espaços sem precisar prejudicar ninguém.  

A direção de Anthony Fabian  mostra um filme leve e inspirador.  Desses filmes que você pode assistir várias e várias vezes e não se cansa. 

Posso dizer que os produtores do filme podem investir em algumas categorias para premiações como o Figurino assinado por Jenny Beavan, ganhadora de 3  Oscars de figurino pelos filmes: “Uma Janela Para o Amor” (1987), “Mad Max Estrada da Fúria” (2016) e “Cruella” (2022). Para mostrar uma das casas mais importantes da moda mundial,  não poderia ser diferente.  O sarrafo já começa alto e mostra que o figurino desse filme não veio para brincar mostrando peças deslumbrantes na alta costura e lindas peças também na roupa mais comuns. Os figurinos masculinos estavam tão coerente e com uma beleza que merece ser apreciada, tanto quanto os  figurinos femininos que ganham mais destaque em um filme desses. Então vale destacar o figurino de Archie interpretado por Jason Isaacs é perfeito para o personagem e segue a linhas de tons mais terrosos. Assim como a elegância de André Fauvel (Lucas Bravo), Marquis de Chassagne (Lambert Wilson) e o Sr. Dior (Philippe Bertin). 

A trilha sonora composta por Rael Jones é encantadora e ambienta bem o clima da época. O toque elegante e divertido parece nos levar em uma viagem com a Sra. Harris como acompanhantes que apenas observam.  

A direção de arte também merece atenção.  Os britânicos são os melhores nesse quesito. São detalhistas e nós faz sentir no fim da década de 40. É interessante ver a riqueza de detalhes na mobília das casas das patroas inglesas onde Ada fazia faxina. 

a direção de Anthony Fabian foi assertiva e soube tirar o melhor do elenco e contar essa história com o domínio de quem sabe exatamente o que quer contar. Ele também roteirizou o filme em parceria com Carroll Cartwright, Keith Thompson e Olivia Hetreed. Não sei como eles se dividiram para construir a história e cada personagem. Até os personagens que aparecem pouco, tem elementos de construção. Os diálogos foram bem pensados em mandar seu recado sem perder a simplicidade ou até mesmo os rebuscamentos do mundo mais glamoroso da Maison Dior. 

A fotografia de Felix Wiedemann  valoriza as cores e é possível ver os locais mais escuros sem perder a qualidade e foco visual. No desfile dos vestidos da Dior, a iluminação valoriza as cores diferentes e sabemos imediatamente quais são os dois vestidos preferido da Sra. Harris.   

A montagem de Barney Pilling, editor premiado com o Oscar de Montagem pelo filme: “Grande Hotel Budapeste” (2015),  imprime um bom ritmo que nem sentimos as horas passarem. 

Com certeza esse é daqueles filmes que gostaríamos de ter em casa para ver e rever. Enquanto isso não acontece.  Vamos assistir no Festival do Rio e aguardar seu lançamento nas de cinema.  

Aproveitem !!!  Esse filme vale muito a pena!!!!

 

 

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