Fedora (Fedora) / França, Alemanha Oriental, 1978. 116 min. / Direção: Billy Wilder / Com: William Holden, Marthe Keller, José Ferrer, Hildegard Knef, Henry Fonda, Michael York

 

Crepúsculo sem Deuses

Este crepúsculo sem deuses é o penúltimo filme da carreira do brilhante diretor Billy Wilder que aqui retorna ao tema abordado no clássico “Sunset Boulevard” onde uma grande atriz do passado insiste em permanecer glamorosa.  A mensagem de que o tempo é implacável para todos reverbera no próprio diretor que conduz um filme afetado sem nenhum traço de sua genialidade cínica e ácida. Realizado na década de 70, quando o cinema caminhava por novas trilhas e desbravava novos horizontes,  Fedora” é um filme mofado cujo odor é acentuado por uma naftalina cênica, filtros de tafetá e fotografia sedosa.

A presença de astros envelhecidos, como Henry Fonda e  William Holden (que atuou em Crepúsculo dos Deuses) é a prova do fechamento de um ciclo onde Wilder se despedia do cinema como ele entendia que era feito. Realizado na Europa, o filme foi muito mal recebido pelo público e pela crítica na época de seu lançamento e não obteve nenhuma receptividade nos EUA, sinal de que glamour e a ilusão tinham adquirido novos parâmetros.

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Zeca Seabra – Cinéfilo carioca com formação em Comunicação Social pela Puc em 1980 e em Hotelaria pela Estácio de Sá em 1983. A partir de 1995 participou de vários cursos e em 2006 começou escrevendo textos críticos para o blog paulista “Cinema com Pipoca”, um dos primeiros a tratar do assunto. Desde 2010 participa de debates e encontros com textos já publicados em catálogos de mostras especializadas. Em 2016 participou da oficina crítica cinematográfica com o renomado crítico francês Jean-Michel Frodon. É membro da ACCRJ (Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro) desde 2013 e crítico do site Almanaque Virtual.

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