O filme dirigido e roteirizado por Claudia Mattos é um documentário um pouco diferente dos formatos que estamos habituados. Ele mostra a busca do ator Luiz Antônio Pilar em mostrar a história de seu avô conhecido como Faca Cega e a amizade entre ele e o vietnamita Ho Chi Minh. O documentário representa um registro de quem foi seu avô e sua importância na história desconhecida por muitos.

O formato mistura narração revezada entre Pilar e a diretora Cláudia Mattos, entrevistas, Material de arquivo e o recurso de recriar cenas sem material de imagem com atores e making of. O making of durante o documentário é novidade e deixou interessante.  Apesar de ter vários caminhos o documentário prende a atenção por nos fornecer informações importantes da nossa história e da história de Ho Chi Min

Antes de se tornar um ícone mundial do comunismo e se tornar Presidente do Vietnam. Vamos acompanhar a história lá trás na década de 1910 quando na cozinha de um navio o brasileiro e o vietnamita se tornaram amigos inseparáveis e o que um influenciou na vida do outro. Juntos passaram quase um ano no Rio, onde o futuro herói da independência e da reunificação do Vietnã, que derrotou seguidamente França e Estados Unidos em guerras sangrentas, entra em contato com as ideias socialistas. Este encontro casual mudou a trajetória do século XX. Eles vivem em um período de grande efervescência cultural com o nascimento e a popularização do samba e da prática de religião afrobrasileira.

Essa é a estreia da historiadora Cláudia Mattos dirigindo documentário e contou com a supervisão de Eduardo Vaisman. E ela se saiu bem ainda mais experimentando um formato misturado de narrativas. Um dos pontos mais importantes de qualquer filme, em qualquer gênero de qualquer lugar ou época é prender a atenção do público. Isso ela consegue!

Foi um momento interessante quando Cláudia Mostra a entrevista que Luiz Antônio Pilar faz com sua mãe, a atriz Léa Garcia e ao invés de editar a entrevista, ela a deixa na íntegra. O que seria um momento de making of, acaba fazendo parte do filme.

Tecnicamente o filme cumpre com seu papel com eficiência. O diretor de fotografia Daniel Leite usa elementos para destacar o real do fictício.  A diretora de arte Emily Pirmez conseguiu recriar o Rio de Janeiro da década de 1910 para recriar as cenas das quais não tinham imagens. Que também foi muito bem recriado com os figurinos de Domingos de Alcântara.  A montagem de Giovanna Giovanini foi importante para dar ao filme uma coerência. Toda a proposta do filme poderia se perder se a montagem não fosse eficiente.

Enfim, o documentário merece uma atenção tanto quanto informação, quanto reflexão e também uma nova forma de trabalhar com documentário.

 

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