O Pequeno Corpo é uma drama italiana que conta a história de Agata, uma jovem que tenta salvar a vida de sua filha de uma condenação eterna do Limbo. Para isso, com ajuda de um jovem, ela parte para uma jornada até um santuário onde pode trazer de volta bebês natimortos com um suspiro. A produção de Laura Samani é carregada de realismo fantástico e de mistério na Itália de 1900.
O longa é arrebetador com uma história forte, um roteiro bem coerente e uma fotografia e direção potentes e muito bem produzidos. O elenco, que tem como principais nomes de Celeste Cescutti e Ondina Quadri, consegue fazer ótimas atuações. A ousadia de Agata na busca de recuperar sua filha contra todas as tradições e crenças da época é uma marca na história e traz momentos impactantes ao público. Como a própria diretora pontuou:
“Para mim, a melhor parte de uma história é aquele momento em que um personagem decide se rebelar. A escolha de Agata é praticamente escandalosa porque denota orgulho e protesto não apenas contra sua religião, mas também contra as leis da natureza. Agata decide ouvir as vozes que falam sobre os milagres. Seguindo seu instinto e sem contar a ninguém, ela parte em uma viagem com seu bebê em uma pequena caixa. Sozinha”, afirmou Laura que, com a produção, ganhou o prêmio David di Donatello de cineasta estreante.
Esta quebra de paradigmas e tradições que Lara fez em busca da vida de sua filha é emblemático para a época da história e é muito bem relatada. É um filme que tem uma história que atrai o público e que tem uma histórica cativante e que tem uma estética diferente e densa. O uso dos dialetos Veneto e Friuli enriquece bastante a produção e ajuda a produção ser bem eficiente na construção da história.
A quebra de tradições e de mitos em uma jornada fantástica, regada de emoção e mistérios, e que tem todos os aspectos dramáticos bem usados. É um filme muito bem construído, com uma lingugagem consistente e um enredo de tirar o fôlego e que vale a pena de ser visto.
