Aproveitando que a sétima e última temporada de Riverdale estreia no final de março no canal americano CW, resolvi maratonar as seis temporadas da série que estão disponíveis na Netflix. Criada por Roberto Aguirre-Sacasa (que também criou The Chilling Adventures of Sabrina, também da Netflix) e produzido por Michael Grassi, a série é inspirada nos personagens dos quadrinhos Archie Comics criada em 1939 por John L Goldwater, Louis Silberkelt e Maurice Koyne, Riverdale é baseada na era moderna dos quadrinhos de Archie embora de vez em quando gosta de usar referências da década de 50 em alguns dos episódios também.

Riverdale seria uma típica série americana adolescente se não fosse por um problema, os crimes que acontecem na pequena cidade americana conhecida pelo xarope de bordo da família Blossom. Logo no piloto da série, somos apresentados aos personagens que são surpreendidos com o assassinato de Jason Blossom, irmão gêmeo de Cherly (Madeleine Petch), a patricinha da escola Riverdale High. Archie (KJ Apa) , é o persongem principal, o típico bom moço que se interessa por música e é vizinho de Betty (Lily Reinhart), sua melhor amiga desde criança e que ela nutre uma paixão por ele desde então. Na mesma semana do assassinato de Jason, chega a cidade a It Girl, Veronica Lodge (Camila Mendes) que se muda de Nova Iorque para a cidadezinha depois dos escandâlos envolvendo os crimes de seu pai. Lá ela conhece além de Archie e Betty, também Jughead (Cole Sprouse) melhor amigo de Artie, escritor nas horas vagas e narrador da série também. Jughead é filho do líder de uma das gangues mais famosas da cidade: Os Serpentes.

Tirando os romances que acabam acontecendo entre Archie e outras meninas incluindo Veronica, Betty, Josie entre outras, a série mostra os adolescentes (basicamente Archie, Betty, Veronica e Jughead) investigando os casos apresentados a cada temporada enquanto se dividem entre a escola, práticas de futebol e líderes de torcida, músicas etc. Alias, Josie e as Gatinhas (personagens bastante conhecidas também por conta dos desenhos da Hannah Barbera) também fazem parte do elenco da série e de vez em quando fazem ótimas performances de covers de músicas conhecidas na cidade.

Alias, toda temporada a série nos presenteia com um episódio musical especial. Já tivemos Carrie, Heathers, Hedwig e American Pyscho. Das listadas, a minha favorita é a de Hedwig já que as músicas do episódio são melhores, e Casey Colt (Kevin) dá um show no episódio já que o episódio é centrado nele com Kevin lutando a todo custo para que o musical Hedwig and the Angry Inch  (que é um ícone da comunidade LGBTQI+) seja incluído no show de variedades da escola já que ele é proibido por ser muito controverso.

De vez em quando a série gosta de homenagear outras séries e filmes trazendo o conceito principal e misturando com os elementos da temporada. Já tivemos Clube dos 5, Stranger Things, How To Get Way With MurderSuper Herois até o momento. Como na quarta temporada os personagens se formaram e tivemos um salto temporal de 7 anos desde a formatura, muita coisa mudou e os personagens voltaram para a cidade depois de se formarem na faculdade e poderem ajudar Archie a salvar a cidade. Mas enquanto lidavam com os problemas da cidade e seus próprios problemas pessoais, uma explosão na casa de Archie acaba abrindo uma realidade alternativa na cidade chamada Rivervale onde a série começa a trazer elementos sobrenaturais para a série com cada um de alguns dos principais personagens ganhando poderes sobrenaturais, deixando a série até mais interessante e divertida. Afinal, a série já é baseada em quadrinhos mesmo, por que não embarcar na loucura e se divertir no processo?

Alias, no episódio 100 que mostra um pouco desse universo paralelo e explica um pouco do que está acontecendo na temporada, tem várias referências aos quadrinhos originais da década de 50 incluindo o clássico triangulo amoroso dos quadrinhos com Archie, Veronica e Betty. Embora a série tenha começado a história focando nos ships Archie/Veronica e Betty/Jughead, a partir da quinta temporada tivemos uma reviravolta com Archie e Betty se envolvendo.

Alias, desconfio que o motivo principal dos personagens terem ganhado super poderes foi para ter uma justificativa mais plausível para trazer Sabrina Spellman( Kiernan Shipka) para o tão esperado crossover entre as duas séries (já que nos quadrinhos a presença de Sabrina é mais do que comum) que participa de dois episódios da sexta temporada, sendo que o segundo episódio sem dúvida nenhuma é melhor pelo fato da personagem ter mais espaço no episódio e interage melhor com o elenco.

A série ainda conta com Luke Perry e Molly Ringwald (como Fred e Mary Andrews, pais de Archie) no elenco. A velha tradição da CW de usar atores relacionados ao universo da série (como aconteceram com as séries de super herois trazendo os atores que fizeram os herois passados) dessa vez ela usou da narrativa de usar atores da década de 80 e 90 que também incluiram Kerr Smith entre outros para homenagear as referências que a série é inspirada. Infelizmente, Luke Perry morre no começo da quarta temporada, tendo que mudar o rumo dos personagens com um lindo episódio em sua homenagem que traz Shannen Dohery (que fez dupla com ele no seriado Barrados no Baile) para uma participação especial surpresa muito emocionante.

A série ainda conta com alguns casais da comunidade LGBTQI+ como os casais Cherrly e Toni (Vanessa Morgan) além dos casais formados por Kevin que muda de namoro a cada temporada mas geralmente é com Moose ou Fangs. De qualquer jeito, a série dá foco não somente para os romances mas como a questão de identidade dos personagens mostrando sua transformação através da própria aceitação, especialmente por parte de Cherly que teve uma infância e adolescente mais sofrida devido ao fato de ter uma família mais conhecida e conservadora mas que no final acaba aceitando ela também depois de vários confrontos, principalmente com a mãe.

Apesar de usar vários temas nas temporadas, o foco principal da série sempre vão ser os crimes (muitos deles com muitas referências de Sherlock Holmes e Agatha Christie como acontece na quarta temporada devido a “pseudo” morte de Jughead). A cada temporada parece que a produção fica mais inspirada em produzir crimes para o nosso quarteto principal investigar. Na primeira tivemos o assassinato de Jason, na segunda tivemos o primeiro assassino em série Capuz Negro, na terceira um jogo de RPG passando do normal e na quarta a “morte” de Jughead que foi uma das melhores temporadas exatamente por apresentar a temporada no estilo da série How To Get Away With Murder (inclusive tem um episódio com esse mesmo nome!)

Cole Sprouse (que filme famoso nas séries da Disney dos Gêmeos em Ação que dividida com seu irmão Dylan) é o narrador dos episódios e participa também como um dos quatro personagens principais como Jughead, escritor, detetive mirim e namorado de Betty durante as primeiras temporadas. Jughead também é o apresentador dos episódios especiais da 6a temporada do universo de Rivervale. Cole sem dúvida nenhuma é um dos melhores atores do elenco e mostra a cada episódio o quanto ele amadureceu desde a época dos seriados da Disney que dividia com o irmão gêmeo que infelizmente não deve aparecer em Riverdale.

A sétima e última temporada de Riverdale estreia no dia 29 de março no canal americano CW e deve chegar na Netflix somente em 2024 quando a série já tiver sido finalizada. Confiram abaixo o trailer e alguns clips musicais da série:

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