Um dos assuntos mais importantes do nosso tempo é a saúde mental e é o fio condutor de O Espaço Infinito. É um longa que traz um tema difícil, mas de uma maneira objetiva, diferente e extremamente sensível e empática. O filme retrata a reconstrução de Nina, uma astrofísica que foi internada em uma clínica após ter alucinações e um surto psicótico e começa a fazer um mergulho em sua própria mente para achar um caminho. 

O primeiro grande mérito do filme foi o fato do diretor Leo Bello ter buscado especialistas em psiquiatria e psicologia para poder produzir a história. E isso fez toda a diferença na construção e no deselance da trama sem cair nos famosos estereótipos que obras desta linha adotaram.

A construção da história é carregada de flashbacks e de um olhar profundo sobre o assunto e isso merece ser observado e aplaudido. A discussão sobre a saúde mental nas artes e, sobretudo, no cinema precisa deste cuidado para que tudo seja tratado de uma maneira empática e respeitosa e também servir de apoio aos que sofrem e não virarem mais alvos de estigmas. 

O segundo acerto a ser destacado é a atuação da Gabrielle Lopes como a protagonista da história. Ela conseguiu trazer muita alma identidade para a personagem. Em um filme com uma temática difícil de ser abordada e que os personagens também tem uma resposabilidade grande, foi uma atuação perfeita e esplêndida. Deu o tom que era necessário ao filme e em nenhum momento foi ao grotesco ou constrangedor e essa atuação dá vida ao longa. 

Tecnicamente, O Espaço Infinito é correto conseguindo fazer um filme bem produzido e sem problemas. Em termos de conteúdo é uma história que traz reflexão ao públco sobre a importância da saúde mental e de buscar ajuda em momentos difíceis. Com uma boa atuação da protagonista, com um roteiro bem argumentado e com uma edição que traz sensibilidade, o longa foi relevante e é bom. 

O longa precisa de uma atenção máxima do espectador porque cada momento do filme é importante para entender o seu contexto e a mensagem que ele passa, mas vale a pena ser visto. É uma trama que consegue ser cristalino sobre o assunto e acima de tudo: humaniza o debate. É mais que necessário dialogarmos sobre saúde mental e é o longa ajuda nesta conversa. 

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui