O filme é leve, divertido e  bem feito!!

A DC lança o primeiro filme da Era James Gun, “Besouro Azul”. Nos quadrinhos ele ganhou algumas versões começando em 1939 pela editora Fox Feature Syndicate/Fox Comics, depois foi vendido para Charlton Comics ganhou uma nova versão e por fim,  a Fox Comics se tornou DC Comics e comprou de volta os direitos do super-herói. Então a versão que chega nas telas é a última versão só que repaginada.

O roteiro segue às regras clássicas de filmes de super-heróis, o que não podemos reclamar, já que,  a fórmula é básica: Apresentação da vida do herói antes de se tornar um, o processo de como se tornar herói, o aprendizado, a aceitação, o confronto com o vilão. Vilão alcança o objetivo, o duelo e a vitória.   Só que o roteiro que Gareth Dunnet-Alcocer não é só isso!  Ele pega a receita básica e  valoriza com um carisma dos personagens bem construídos que ganharam vida com um elenco bem escolhido e elementos da latinidade. A cultura latina está bem presente na casa da família Reyes, nas comidas, músicas e nas muitas referências da cultura pop latina como a novela mexicana “Maria do Bairro” e o super-herói mexicano “Chapolin Colorado”.

A história fala sobre o jovem Jamie Reyes, interpretado pelo ator americano descendente de latinos (Méxicanos/Cubanos /Equatorianos) Xolo  Maridueña  que ao se formar na faculdade volta para casa e é recebido no aeroporto com sua divertida família, o Pai Alberto interpretado pelo ator mexicano Damián Alcázar, a mãe Rocio, interpretada pela atriz mexicana Elpídia Carrilo, a irmã Milagro interpretada pela atriz (californiana descendente de latinos) Belissa Escobedo, o Tio Rudy interpretado pelo ator americano descendente de mexicanos George Lopez, e a divertidíssima avó Nana interpretada pela atriz mexicana Adriana Barraza. A família passa por dificuldades e Milagro arruma um emprego para o irmão na limpeza da mansão da vilã Victoria Kord. Ele e a irmã são demitidos por que Jaime defende Jessica em uma briga com a tia, e ela promete arrumar um emprego pra ele. E nesse ponto que a história se desenrola. Ela tenta proteger o mundo contra a ganância e loucura de sua tia, tirando o escaravelho que era de seu pai e pede para que Jaime guarde o escaravelho e junto com sua família, o escaravelho escolher Jaime para se fundir a ele. Não se preocupe, isso não é spoiler, está no trailer.

Então a jornada do super-herói começa com Jaime, sua família e Jessica Kord. E durante essa jornada toda a trama se desenrola entremeada com cultura pop mexicana, já que a família Reyes é mexicana. Mas o roteiro não perde a oportunidade de fazer referências a diversos super-heróis como: Homem de Ferro, Homem-Aranha e Venom, que na verdade é o vilão de Homem Aranha,

Jessica Kord é filha do Besouro Azul original, Ted Kord e é brasileira. Fica claro que ela é filha de Americano com brasileira. A personagem é a motivação de toda história. Sem ela, nada acontece. Outro ponto positivo é que a personagem é elegante foge do estereótipo. Ela está em 90% do filme e é muito carismática. Jessica se conectou muito bem Jaime e os atores Bruna Marquesini e Xolo Maridueña estão muito bem sintonizados.   

A falha no roteiro está nos diálogos de Victoria, mas Susan Sarandon conseguiu imprimir sua marca na personagem e a transformou em uma boa vilã, cruel e sem nenhum sentimento por ninguém. Ela é obcecada por encontrar o escaravelho e tomar o poder para si. Ela quer destruir a cidade onde moram os Reyes para criar um super soldado obediente a ela, é claro, ela tem necessidade de controle.

Jessica quer salvar a empresa,  a cidade e o mundo até a tia quer o poder total, ela sabe que a tia não vai se contentar com uma cidadezinha.

Sabe aquele famoso Arroz com feijão? Pois, simples mais é mega bom! A simplicidade muitas vezes é melhor do que querer rebuscar demais e não chegar a lugar nenhum. Esse aqui é um senhor Feijão com Arroz!

Outro ponto positivo é o bom uso dos efeitos visuais. Efeitos mecânicos e com um CGI bem aplicado na dosagem certa. O que ajudou muito a compor um visual elegante. A maior parte das cenas de ação são à noite e o diretor de fotografia Pawel Pogorzelski trouxe um visual vivo que possibilita a visualização de tudo .

A direção de arte de Jon Billington é caprichada e usa e abusa dos elementos da cultura mexicana.

O figurino de Mayes C. Rubeo está perfeito! Ele montou um guarda-roupa diferenciado para cada personagem e valorizou os personagens em suas caracterizações.  

A Edição de Craig Alpert  é bem feita e trabalha bem o ritmo do filme.  

E o filme ganha uma trilha sonora variada com canções que vão do clássico “Sabor A Mí” músicas mexicanas como a música de “Maria La Del Barrio” cantada por Thalía tema da novela “Maria do Bairro” que foi um grande sucesso das novelas mexicanas e no Brasil foi um grande sucesso do SBT e hoje pode ser assistida no streaming Globoplay. Algumas canções caribenhas e até rock pesado para as cenas de ação fazem parte da trilha sonora composta por  Bobby Krlic, que é um músico britânico que também é conhecido como  The Haxan Cloak. O trabalho diversificado foi eficiente e representa bem a essência do filme.

No fim, o filme pega a clássica receita de bolo e transforma em um belo bolo de festa. “Besouro Azul” não parecia que seria um bom filme e surpreendeu em pegar algo simples e transformar em um filme bom de assistir. Com certeza, esse filme merece uma conferida nas salas de cinema para aproveitar melhor a experiência.

Divirta-se!

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