Antes que Eu me Esqueça coloca o dedo na ferida em muitas questões pessoais vividas pelos seus personagens, principalmente a questão pai e filho, vividos respectivamente pelo velho Dr. Polidoro – o pai – vivido pelo veterano José de Abreu e o músico Paulo – o filho – na pele de Danton Mello, os verdadeiros heróis desta história que gira em torno deste drama familiar.

O protagonista Danton Mello se emocionou desde a leitura do primeiro roteiro do longa de Luisa Parnes pois lembrou muito das suas filhas do primeiro casamento que moram no exterior e morre de saudades por não estar sempre com as meninas: Luísa e Alice e esta história mexeu muito com o mesmo que se considera muito sentimental e chorão.

Já a personagem de Letícia Isnard, a Bia, sua irmã na trama começa com ares de vilã que quer interditar o velho pai, o juiz Polidoro, por este motivo, no caminhar das sequências até o tribunal, parece que ela só se interesse pelos bens do papai, mas na verdade, Bia está apenas preocupada com seu bem estar, devido à doença.

Em nenhum momento, o filme entra no mérito da doença propriamente dita, já que é abordada de forma bem sutil o esquecimento do nosso herói e em nenhum momento se toca no nome da doença, muito comum na melhor idade: O Alzheimer. Gostaria de relatar que a minha avó materna falecida há quase 06 anos foi portadora desta doença que não possui cura, por isso, minha vovó Aurora, vivia começa estivesse em seu país de origem: Portugal em Eiriz, a pequena aldeia da música. Porém só quem passa sabe a profunda tristeza de querer ajudar sem muito poder fazer, somente o alento do filho consternado com o estado de saúde do pai, que passa o enxergar com outros olhos. No final os papéis se invertem e como não me lembrar do meu saudoso pai que se foi, deixando um buraco no meu peito. Por isso, este filme serve de alerta para as famílias se unirem sempre!

A amizade na melhor idade é um ponto chave na película pois ela ajuda a prolongar a vida o que o diga os amigos da praça do Dr. Polidoro vividos por Gregório (Dedé Santana), Evandro (Sílvio Matos), Milton (Luiz Magnelli) e Jayme Delcueto que fazem a vida ser encarada com mais leveza na certeza que através dos verdadeiros amigos, a gente ganha mais anos na terra e a nossa jornada fica bem mais divertida.

 

O maestro Tiago Arakilian consegue conduzir magistralmente todas as nuances desta comovente história que tem como pano de fundo uma trilha sonora que embala e emociona as famílias com o resultado na telona do amor maior entre um pai ausente que no momento de dor se torna presente outra vez na vida do filho. Proporcionando um belo reencontro de almas!

 

 

  • AVALIAÇÃO FINAL
4.5

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