Depois a Louca Sou Eu (2019)

 

A entrevista do filme ocorreu nesta última segunda-feira, dia 22 de fevereiro, de maneira online, para a crítica poder assistir e depois participar da entrevista com parte da equipe onde as perguntas eram escritas no chat e refeitas pela mediadora Flávia Guerra. O lançamento nacional, como relembra a produtora Mariza Leão era para ter ocorrido há quase um ano atrás em abril de 2020, mas foi adiado devido a pandemia, porém algumas pessoas já haviam assistido na van premier do Festival do Rio 2019 e no Festival de São Paulo. O longa “Depois a Louca Sou Eu” é bem oportuno para os dias atuais, onde quase todo mundo já teve uma crise de pânico ou ansiedade neste mundo tão anormal que cada vez mais as pessoas sofrem ou conhecem alguém que tenha passado por este transtorno.

 

A atriz Débora Falabella constrói brilhantemente a protagonista baseada no livro que tem o mesmo título, escrito por Tati Bernardi que se expõe de uma forma tragicômica com os seus anseios vindos desde da infância, onde nutria uma relação de amor e ódio com sua mãe que acompanha nos dias atuais, pois é usada com muito propriedade o recurso flash back e a voz over para entender melhor a vida da Dani . Inclusive a atriz faz uma observação que nunca tinha narrado um filme e quando vê ele está pronto e ainda conta com as participações de duas atrizes na pele da Dani criança e adolescente. A relação afetiva entre as duas atrizes é muito profunda, entre a filha Dani e mãe Silvia na pele de Yara de Novaes e é mostrada nitidamente em cena e a relação de Dani com Gilberto, interpretado por Gustavo Vaz, que sofria de ansiedade, também.

 

A diretora Julia Rezende fala das referências que buscou através de filmes e com as lentes macros captou toda a medicação que a personagem absorvia, através das pílulas onde a direção de arte fez um excelente trabalho ao produzir cenograficamente todo aquele medicamento e toda a verdade absoluta passada na dor da personagem, mas a interpretação da Débora fez toda a diferença, pois a atriz também sofre de ansiedade e se inspirou na sua própria experiência.

 

A diretora Julia sempre imaginou o filme com uma estética forte, onde a câmera trazia essa sensação de desconforto por estar muito perto do rosto do elenco e isso nos faz penetrar no universo da protagonista. Segundo a direção, em relação as cores, foi um caminho muito interessante com a fotografia e a direção de arte, onde todas as vezes que a Dani está em crise existe um elemento vermelho em cena, como algo que a paralisa, mostrada através do cenário/figurino, mas sempre a cor vermelha como signo de crise e a cor verde quando ela está conseguindo viver com mais liberdade e esses caminhos foram mostrados tanto na luz quanto na direção de arte. A ideia é que o filme se transforme em série por ter muita história para contar e só para finalizar foi o aniversário da protagonista do longa!

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