Marinheiro das Montanhas é um documentário que transborda emoção, originalidade e humanidade. O longa conta a história da investigação do diretor Karim Aïnouz pela história de seu pai na Argélia. É um olhar muito particular, profundo e impactante de alguém que o protagonista só conheceu por imagens. Mais que apenas uma emocionante jornada por suas origens, é também a história de um povo. 

Tecnicamente, o filme é muito bem construído e faz o espectador fazer parte desta jornada. A captação das imagens é muito bem feita, até mesmo os momentos de silêncio que são conduzidos ao público é bem definido. O capricho de fotografia, de edição e de uso de trilhas é um dos pontos altos. 

Os relatos são impactantes na aldeia onde o seu pai foi criado e são ricos de histórias que ajudam a registrar um povo a todo o mundo com vários arquivos que transbordam emoções. Um ponto que mexe com os sentimentos do público é como Karim conta a história, através de um formato de cartaz a sua falecida mãe, Iracema. Impossível não se emocionar. 

Toda esta jornada é trazida de uma maneira muito autêntica, dos relatos as suas impressões e ter este forte aspecto humano em um trabalho autoral faz toda a diferença em um documentário. Marinheiro das Montanhas consegue misturar histórias e a história de uma comunidade e de um país de maneira muito tocante e sublime. 

É um documentário para sentir as emoções de buscar laços e conexões com histórias que parecem distantes, mas estão perto de nosso sangue. E o diretor conseguiu captar não apenas um belo registro sentimental particular, conseguiu fazer um registro histórico singular e imprescindível. 

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