Praça Paris (2016)

Um filme de Lucia Murat

As heroínas da história: Joana de Verona e a premiada Grace Passô “Festival do Rio (2017) e Lisboa”

É um drama social de suma importância, pois consegue ir a fundo a pontos chaves da sociedade onde trabalha o psicológico de uma maneira muito profunda, onde mostra a realidade de quem trata precisa ser tratado e preparado para as adversidades do meio.

São duas heroínas distintas: uma do asfalto e outra da favela. Enquanto Camila interpretada por Joana de Verona, é uma psicóloga classe média, que atendente pessoas carentes de baixa renda na faculdade onde está concluindo sua tese de mestrado, mas que não está preparada psicologicamente para o que há por vir, pois ao entrar a fundo na vida de Glória vivida pela atriz quase visceral Grace Passô que passa uma verdade mais do que absoluta em sua personagem e que em certos momentos nos constrange de medo.

Sinceramente quando Glória fala para Camila: “-Se sabe que outro dia, sonhei que eu era você! Eu falava igual a ti! E era rica e bonitinha! Tipo trocado de lugar! Mas você não ia querer ter minha vida, ia”?! Juro que quando ouvi essas palavras senti um frio na espinha, pois me idêntico com Camila, gosto de ajudar o próximo, mas esta proximidade causa medo, pois vivemos uma violência sem limite. E o fato dela ser luso brasileira, mas ao ver o filme achei que era portuguesa e no meu sou neta de portugueses e há algum tempo tento tirar a minha dupla cidadania e até já pensei em sair daqui. Pois além da violência que assistimos todos os dias e assola a sociedade, a pior é a psicológica que faz com que muitas vezes tenhamos medo até da nossa sombra. Coincidências a parte, Camila era a minha segunda opção de nome e assim como a mesma ando muito de metrô e vivo de óculos escuros, também.

A sequência das duas no elevador, também me identifiquei pois tenho medo de ficar presa no elevador, me dá até pavor de pensar, mas como Glória diz: “-Isso não é nada”! Perto da triste realidade que nos assola e até as Upps foi um tiro na culatra. O filme está ai para levantar questões enraizadas em nossa triste realidade.